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terça-feira, 7 de maio de 2019

ENNIO MORRICONE ANDA A DESPEDIR-SE DO SEU PÚBLICO E ONTEM DISSE ADEUS AOS PORTUGUESES

Para mim foi um "olá" e "adeus", mas no final senti-me um privilegiado por ter visto este maestro e compositor italiano, do alto dos seus noventa anos, dirigir-se mais de duzentos músicos e cantores, numa digressão belíssima pela história da sua extraordinária obra, que, em muitos casos, ajudou a imortalizar grandes filmes.

O Altice Arena cheio, respeitoso, rendido à batuta do mestre sublinhava a mestria de cada criação de Ennio Morricone com longos aplausos, que traduziam o assombro, o reconhecimento, a admiração de quem se sente perante o sublime.

Apesar de algumas composições terem ficado de fora do alinhamento escolhido para o Concerto de Despedida, em Lisboa, Ennio fez ecoar " Il forte/The Fortress (from The Good, the Bad and the Ugly); The Good, the Bad and the Ugly; The Ecstasy of Gold; três temas do filme "A Missão", com destaque para o belíssimo "Gabriel's Oboé" e guardou para o fim o extraordinário trecho que compôs para o filme "Cinema Paraíso" e "Abolição", com que encerrou mais de duas horas de concerto, e que teve a participação de Dulce Pontes.

Ennio chegou tarde a Portugal. Muito poucos tiveram a oportunidade de o ver ao vivo, de sentir a magia de um concerto dirigido por si. Infelizmente a idade já não permite ao italiano fazer muitos mais concertos. Esta foi a sua despedida dos portugueses e apenas por isso a noite de ontem terminou com um pouco de nostalgia, porque não haverá outro Ennio Morricone para nos fazer sonhar enquanto vemos um filme que a memória quer guardar para sempre.
GAVB


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