É bom que os jovens que hoje saíram à rua, nas principais cidades portuguesas, numa ação concertada pela clima, percebam que mais importante que protestar é agir. E que essa ação cabe-lhes, antes de mais, a eles.
Contar com a geração dos pais ou dos avós para salvar o planeta será pouco mais do que uma perda de tempo, pois foi essa geração que trouxe o planeta até perto do abismo.
Todas as revoluções (industriais, tecnológicas, energéticas) foram feitas à custa da degradação ecológica, hipotecando o futuro das gerações futuras. Por isso contar com essa gente para o que quer que seja é naïf. Se não atrapalharem já é lucro.
O que podem e devem fazer os jovens? Manifestar-se é apenas o primeiro patamar. Agir é muito mais importante.
E agir é adotar um estilo de vida que privilegie as energias verdes, os materiais recicláveis, a alimentação natural.
É eliminar o conceito do plástico descartável, do automóvel para curtas deslocações, do desperdício alimentar, da troca de telemóveis todos os anos, do uso e abuso do papel.
É ter a noção que é preciso abdicar de algum conforto «agora» para não não ter de viver em permanente desconforto daqui a dez ou vinte anos.
Os jovens, que agora começam a pôr as mãos no mundo, entrando nas empresas e em cargos diretivos, ou pensam no coletivo ou não terão direito a nenhum futuro.
A única maneira de contrariarem os desmandos egoístas de uma geração «self-made man», que se fez à custa do Planeta, é fazer diferente.
Sem perder tempo a tentar mudá-la, mas simplesmente implementar um paradigma diferente. Isso significa viver «pior» durante uma ou duas décadas, até a maioria perceber que o pior de hoje é a única maneira de nos mantermos vivos sem precisarmos de uma máscara de oxigénio.
GAVB
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