Podia ser uma brincadeira de
Carnaval, mas infelizmente é notícia séria e triste, embora não surpreendente:
o malfadado juiz Neto Moura queixa-se de violência humorística.
O homem que tem dedicado o seu pretensioso conhecimento das leis à desculpabilização da estúpida violência doméstica sobre as mulheres, mostra ter zero poder de encaixe e ameaça processar todos aqueles que, com humor e sarcasmo, o têm criticado justamente, pelos inacreditáveis acórdãos que tem produzido, em defesa dos agressores das mulheres, vítimas de violência doméstica.
O homem que tem dedicado o seu pretensioso conhecimento das leis à desculpabilização da estúpida violência doméstica sobre as mulheres, mostra ter zero poder de encaixe e ameaça processar todos aqueles que, com humor e sarcasmo, o têm criticado justamente, pelos inacreditáveis acórdãos que tem produzido, em defesa dos agressores das mulheres, vítimas de violência doméstica.
Infelizmente, Neto Moura é um
exemplo de um Portugal que ainda existe e que fundou a sua educação numa
mentalidade machista, ignorante e retrógrada, que o Estado Novo de Salazar
ajudou a fomentar.
Esse Portugal já não é maioritário na sociedade portuguesa, mas ainda tem muito poder.
Esse Portugal já não é maioritário na sociedade portuguesa, mas ainda tem muito poder.
Por falar em poder, como ele está
calado perante o maior problema do país nas últimas semanas: a violência
doméstica! Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Rui Rio… e também Jerónimo de
Sousa e Assunção Cristas! Nem o cheiro a
votos os faz falar! É triste verificar como quem nos governa e representa falha
quase sempre no essencial e têm de ser os humoristas a fazer o papel sério de
denúncia, condenação, marcação cerrada aos Netos Moura desta vida, porque na
política portuguesa quase todos sabem apenas fazer de Pilatos.
Depois admiram-se com o
descrédito em que vivem políticos e magistrados. Eles vivem cada vez o seu
mundinho hipócrita e pequenino, onde as vaidades e pruridos são tantos que se
atropelam uns aos outros.
A problema do Carnaval português
é que a crítica deu lugar à revolta e apetece mais gritar e repudiar que
parodiar.
Gabriel Vilas Boas
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