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sábado, 9 de março de 2019

D. JOÃO V, UM REI VICIADO EM SEXO E FREIRAS


Quase todos os Reis portugueses tiveram amantes, mas D. João V, o magnânimo, especializou-se em freiras. 
O rei era um viciado em sexo, mas a sua verdadeira paixão estava no convento de Odivelas, na cela de Madre Paula, como muito bem anota o historiador Oliveira Martins.
O monarca português, que mais recursos dedicou à cultura e à arte, ocupava grande parte do seu tempo livre com madre Paula, de quem teve um filho ilegítimo, D. José, que chegou a inquisidor-geral do reino. 
Antes de conhecer Paula Teresa da Silva já o rei era frequentador da alcova de outra freira, Madalena Máxima Miranda, de quem terá também um filho bastardo, D. Gaspar. 

Este fetiche do soberano por freiras tinha grande seguidores entre a nobreza europeia. Entre os séculos XVII e XVIII era moda na Europa ocidental os amores proibidos entre nobres e freiras. Era frequente o nobre «ter a sua freira», com quem se correspondia e a quem "visitava" no convento, onde era comum a troca de presentes: eles traziam poemas, elas correspondiam com doces conventuais (Quem não conhece a tradicional marmelada de Odivelas ou o pudim à madre Paula?). Muitas vezes, estas trocas afetuosas terminavam em encontros amorosas nas celas das freiras. 


Muitas freiras que não estavam no convento por vocação. Havia aquelas que lá tinham ido parar para fugir à vontade do pai e outras que lá estavam por castigo, pois recusavam-se que os seus pais determinassem com quem haviam de casar. O certo é que socialmente não era mal visto os casos amorosos entre freiras e nobres, casados ou não. 

Os casos eram tantos e tão notórios que mesmo no reinado de D. João V foram feitas leis que proibiam as visitas masculinas aos conventos, com a exceção de familiares diretos, mas nunca foram cumpridos, até porque o rei era o primeiro incumpridor. 

D. João V era um freirático incorrigível: a sua obsessão por sexo com freiras deu-lhe cabo da saúde e apressou a sua morte. No entanto, desde que conheceu Madre Paula, todas as suas atenções se viraram para aquela freira, de maneira que ela dispunha no convento de enormes luxos, quer em mobílias, quer em jóias, quer em roupas. Mesmo depois da morte do rei (Madre Paula ainda "durou" mais trinta e cinco anos); ela e seu filho sempre foram tratados com muita consideração, tal como aconteceu com os filhos ilegítimos de D. João V, os famosos meninos da Palhavã (o doutor de teologia da Universidade de Coimbra, D. António, o arcebispo de Braga, D. Gaspar e o já citado inqusidor-real, D. José).
Curiosamente, D. João V só teve uma filha ilegítima, D. Maria Rita, mas que o rei nunca reconheceu e acabou por ir para... freira.

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