Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta Ecologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ecologia. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 23 de março de 2018

A ILHA DO LIXO PLÁSTICO JÁ PARECE UM CONTINENTE




Algures no Oceano Pacífico, entre o Havai e a Califórnia, os ambientalistas vão encontrando um cenário de horror que supera as suas expectativas mais catastróficas – uma gigantesca ilha de lixo, maioritariamente plástico está depositado no mar e ameaça seriamente a cadeia alimentar de várias espécies de peixes.
Os números obtidos são tão avassaladores que me coloco duas questões: como foi possível enviar tão plástico para o mar? que consequências sombrias ainda estão por apurar?

Se entendesse o lixo encontrado no Pacífico em terra ocuparíamos o equivalente a 18 vezes Portugal. Pensem em algo como Portugal, Espanha, França, Alemanha e Inglaterra completamente coberto de lixo plástico.
O que está a ser retirado do fundo do mar provém de países poderosos como os EUA e a China e devia revoltar-nos tanto como um qualquer atentado do ISIS ou uma violação de privacidade por parte do Facebook, ao serviço de uma qualquer estratégia de poder ou contrapoder.

O lixo encontrado até agora daria para encher é tanto que daria para encher 500 aviões Jumbo. Reparem que estamos a falar de pequenas peças de plástico, que podem ser amassadas, acomodadas, mas não deglutidas por peixe, nem desaparecem na água salgada. Para quem gosta de medidas radicais, ao bom estilo de Putin ou Trump, talvez não fosse despropositado enchermos alguns desses aviões e devolvermos alguma da matéria encontrada no Pacífico aos seus legítimos donos.
A verdade e a vergonha do lixo de plástico são como o azeite – vêm sempre à tona. Só que esta verdade é tão grande e tão nociva que até era bom que fosse mentira.
GAVB

quarta-feira, 26 de julho de 2017

O DISCURSO AMBIENTALISTA: TÃO COOL E TÃO CÍNICO


O GEOTA (Grupo de estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) desafiou os autarcas cujos concelhos são atravessados pelo rio Tâmega a assinar uma declaração em prol do rio Tâmega. Dos vários autarcas contactados, apenas o Fernando Gomes, do CD/PP de Mondim de Basto assinou o documento, até ao momento.
É um taticismo político que não entendo e acho reprovável, especialmente no que diz respeito aos políticos amarantinos, cuja possível construção da Barragem de Fridão modificará por completo a cidade de Amadeo e Teixeira de Pascoaes

Um candidato que se preze deve dizer à população do seu concelho o que realmente pensa sobre um assunto tão importante, ainda que não tenha poder de decisão sobre ele. Assinar um documento não vinculativo é um apenas um pequeno passo, mas revela muito da coragem política de quem está à frente de uma Câmara como a de Amarante ou se candidata a ela.

Há poucos dias, realizou-se o Mimo, em Amarante, com um êxito assinalável. O renomado cantor brasileiro  Rodrigo Amarante exibiu um cartaz elucidativo “Vota Tâmega”. É verdade que para um cantor estrangeiro é muito fácil defender uma causa tão nobre e tão cool. Fica bem, os fãs adoram, dá bons títulos jornalísticos e não há responsabilidade política nenhuma. À população também é fácil. Para um político não é tão fácil, mas para fazer coisas fáceis não precisávamos de decisores políticos.

Todavia, nunca foi tão fácil como agora conseguir anular o projeto da Barragem de Fridão, no Tâmega. 
Na verdade, o problema é apenas o dinheiro que a EDP adiantou ao Estado português, durante o governo de José Sócrates. 
Para não avançar com a construção da Barragem, a EDP quer ser ressarcida desse dinheiro, caso contrário avança, pois já que investiu procura retirar algum lucro desse investimento.
 Ao governo não convém nada devolver o dinheiro e o mal que pode fazer à população de Amarante é-lhe quase indiferente. Ao presidente da Câmara de Amarante é que não pode ser indiferente! Este é o momento de lutar por uma cidade ameaçada por uma barragem monstruosa, qual espada permanente sobre a cabeça dos amarantinos em época de cheias.

A cidade das belas margens, onde o perfume da natureza contagia os turistas a visitá-la, durante o verão, será então uma miragem e não haverá possibilidade de voltar atrás tão depressa. Todo o esforço que atualmente se faz de colocar a cidade no mapa cultural do país sofrerá um rude golpe, sem remissão.


Se um político em estado de graça não tem coragem de assumir a luta pela preservação do coração da sua cidade, então, talvez não mereça a confiança dos seus conterrâneos. Afirmar Amarante é dar a cara por aquilo que a cidade tem de mais precioso, como é o caso do rio Tâmega. Não é fazer de conta, não é fugir ao problema. Afirmar Amarante é defender o rio Tâmega sem tibiezas.

 Rodrigo Amarante não tem apenas um belo nome, também tem belos ideais; já um político sem ideais rapidamente descamba para o cinismo.
GAVB