Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta Barragem de Fridão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Barragem de Fridão. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 26 de julho de 2017

O DISCURSO AMBIENTALISTA: TÃO COOL E TÃO CÍNICO


O GEOTA (Grupo de estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) desafiou os autarcas cujos concelhos são atravessados pelo rio Tâmega a assinar uma declaração em prol do rio Tâmega. Dos vários autarcas contactados, apenas o Fernando Gomes, do CD/PP de Mondim de Basto assinou o documento, até ao momento.
É um taticismo político que não entendo e acho reprovável, especialmente no que diz respeito aos políticos amarantinos, cuja possível construção da Barragem de Fridão modificará por completo a cidade de Amadeo e Teixeira de Pascoaes

Um candidato que se preze deve dizer à população do seu concelho o que realmente pensa sobre um assunto tão importante, ainda que não tenha poder de decisão sobre ele. Assinar um documento não vinculativo é um apenas um pequeno passo, mas revela muito da coragem política de quem está à frente de uma Câmara como a de Amarante ou se candidata a ela.

Há poucos dias, realizou-se o Mimo, em Amarante, com um êxito assinalável. O renomado cantor brasileiro  Rodrigo Amarante exibiu um cartaz elucidativo “Vota Tâmega”. É verdade que para um cantor estrangeiro é muito fácil defender uma causa tão nobre e tão cool. Fica bem, os fãs adoram, dá bons títulos jornalísticos e não há responsabilidade política nenhuma. À população também é fácil. Para um político não é tão fácil, mas para fazer coisas fáceis não precisávamos de decisores políticos.

Todavia, nunca foi tão fácil como agora conseguir anular o projeto da Barragem de Fridão, no Tâmega. 
Na verdade, o problema é apenas o dinheiro que a EDP adiantou ao Estado português, durante o governo de José Sócrates. 
Para não avançar com a construção da Barragem, a EDP quer ser ressarcida desse dinheiro, caso contrário avança, pois já que investiu procura retirar algum lucro desse investimento.
 Ao governo não convém nada devolver o dinheiro e o mal que pode fazer à população de Amarante é-lhe quase indiferente. Ao presidente da Câmara de Amarante é que não pode ser indiferente! Este é o momento de lutar por uma cidade ameaçada por uma barragem monstruosa, qual espada permanente sobre a cabeça dos amarantinos em época de cheias.

A cidade das belas margens, onde o perfume da natureza contagia os turistas a visitá-la, durante o verão, será então uma miragem e não haverá possibilidade de voltar atrás tão depressa. Todo o esforço que atualmente se faz de colocar a cidade no mapa cultural do país sofrerá um rude golpe, sem remissão.


Se um político em estado de graça não tem coragem de assumir a luta pela preservação do coração da sua cidade, então, talvez não mereça a confiança dos seus conterrâneos. Afirmar Amarante é dar a cara por aquilo que a cidade tem de mais precioso, como é o caso do rio Tâmega. Não é fazer de conta, não é fugir ao problema. Afirmar Amarante é defender o rio Tâmega sem tibiezas.

 Rodrigo Amarante não tem apenas um belo nome, também tem belos ideais; já um político sem ideais rapidamente descamba para o cinismo.
GAVB