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sábado, 10 de junho de 2017

DESPACITO, RECUPERANDO O PRAZER DE VIVER


O “Despacito” de Luis Fonsi é uma das grandes músicas deste ano. A sensualidade latina, o ritmo quente, a mensagem clara. Há conquistas fulminantes, pulos inesperados de qualidade de vida, mas, na maioria das vezes, essas conquistas são lentas. E, se falarmos de reconquistas, então o princípio é ainda mais aplicável.

No último ano, os portugueses foram reganhando autoestima e a sua vida melhorou. Apenas um bocadinho, é certo, mas melhorou. Mais do que a sensação que nos aumentam migalhas, ficamos com a convicção que nos querem devolver aquilo que já foi nosso, mas com realismo. Pasito a Pasito vamos tentando desapertar o duro nó que nós deixou no lixo das agências de rating.

Claro que todos queríamos uma recuperação económica mais rápida e profunda, mas, lá no fundo, sabemos que isso é irrealista, querendo levar toda a gente na viagem. Ainda estamos no patamar básico da recuperação da liberdade económica, mãe de todas as outras. No entanto, o nosso olhar ganhou a cor de uma tímida esperança, fruto de algumas inesperadas vitórias sobre o fatalismo como de um trabalho sustentado de todos os portugueses.

Haverá de chegar a altura em que teremos de fazer escolhas, mais ou menos dolorosas, que nos permitirão (ou não) dar um salto qualitativo e, sobretudo, recusar cometer os mesmos erros do passado. Mas esse será outro nível e outro tempo.

Por agora ficamo-nos pelo Pasito a Pasito, que também é necessário para perceber o sabor das reconquistas, tão deliciosas como trabalhosas.
A vida pessoal não é muito diferente da vida coletiva, quando vista de um drone. 
Na maioria das vezes, a única resposta que conseguimos dar ao desânimo, à tristeza ou à infelicidade é essa recuperação lenta e longa, sem garantias de sucesso. É possível sairmos vencedores? Claro que sim, mas apenas isso - «Possível». Transformar a possibilidade numa probabilidade e depois numa certeza depende da força de cada um em dar o pasito que pode dar.
GAVB



quarta-feira, 10 de junho de 2015

E SE PORTUGAL ESTIVESSE PARA ACABAR?



DIA DE PORTUGAL
E se Portugal estivesse para acabar? Como reagiríamos? O que, verdadeiramente, poderíamos fazer? Afinal, que sentimentos nos unem a Portugal?
Por vezes, penso que grande parte de nós reagiria com a habitual resignação, que Guterres tão bem caracterizou: “É a vida!” Haveria também aqueles que fariam contas aos seus proventos pessoais: “Ai sim?! Se calhar é o melhor… E quem nos comprou?”
Mas a verdade é que também existiriam alguns milhões que sofreriam imenso. Uma dor profunda e lancinante de se perderem de si e na perda reconhecerem o grande amor de toda a vida.
É provável que houvesse também um punhado de heróis anónimos que lutassem loucamente por impedir o fim. Talvez não fosse o suficiente, talvez fosse apenas comovedor…

Muitas vezes, pressinto o quanto manietados estamos. As fronteiras parecem apenas uma linha no mapa, num tempo em que, descaradamente, se oferece a nacionalidade portuguesa no mercado negro a quem tenha uns dólares ou euros para a comprar. As empresas que habitam o nosso território já não são nossas, apesar do nome, apesar dos trabalhadores…
É tão triste ver como os nossos endeusados empresários criaram tantos prejuízos nas empresas que herdaram dos pais, que, agora, as tentam empurrar/vender para as mãos angolanas de Isabel dos Santos ou para os comunistas mais capitalistas do planeta – os chineses – para fazer mais uns milhões que torrarão em Nova Iorque, Londres ou Paris, sem pudor algum.
Esses não amam Portugal. Não amam as gentes do Douro, do Ribatejo ou do Alentejo, dispensam a nossa língua e preferem o inglês; acham um horror fazer férias em Portugal e nunca valorizam os nossos rios, o nosso solo, os nossos costumes.

Tenho muita pena que não entendam o orgulho de ser português, plasmado nas canções de Mariza ou nos versos de Camões, nas fábricas centenárias que resistiram a todas as crises e mudanças, na língua falada por duzentos milhões de pessoas, na saudade dos emigrantes, na tristeza daqueles que partem… tenho muita pena, porque, infelizmente, são eles que têm o dinheiro e o poder. E eles não o sabem usar porque não nos amam!
Portugal não vai acabar! Ainda que agora apenas pareça mais um invólucro sem conteúdo, vamos resistir como sempre resistimos. Acredito muito nas novas gerações. Talvez porque nunca viveram o mito do “estrangeiro é que é bom”, eles amarão genuinamente o que é nosso e voltarão a encher o invólucro, resgatando o país dos seus avós, que um dia os pais puseram no prego!

Gabriel Vilas Boas

terça-feira, 10 de junho de 2014

DIA DE PORTUGAL


   Camões foi o português que cantou e glorificou Portugal da maneira mais extraordinária e sublime. Através da obra literária que melhor explica ao mundo o que fomos, no passado, ele revelou todo o amor que sentia pelo seu país e pela sua pátria: PORTUGAL. Os Lusíadas são esse texto maravilhoso que narra o momento mais valioso da História de Portugal (Os Descobrimentos), sem esquecer as conquistas dos primórdios nem a confiança num futuro bem melhor do que o presente em que o grande poeta se despediu do mundo.
   Num momento de grande lucidez, o país associou o seu dia nacional ao da morte do grande poeta. Por isso hoje é DIA DE PORTUGAL e de CAMÕES. E não há honra maior que algum português possa ter. Acho que Camões a soube merecer.
   Somos hoje um povo bem diferente daquele que Camões cantou. Os nossos defeitos foram ganhando brilho enquanto as virtudes se tornaram baças. Perdemos importância no contexto mundial e europeu e isso fez uma mossa enorme no ego nacional que se recusou a ver orgulho doutro ângulo que não seja o bendito século XVI. Entretanto passaram quinhentos anos e o planeta que ajudamos a perceber que era redondo girou imenso sobre si, mudando a uma velocidade cada vez mais vertiginosa.



   Apesar de tudo a lição e o objetivo da escrita d’Os Lusíadas continuam válidos: somos grandes com coragem, determinação e trabalho. Somos relevantes quando não nos desculpamos com o tamanho ou com o número dos nossos e enfrentamos o adversário sem medo ou soberba. Somos importantes não porque queremos ser os maiores, mas apenas porque queremos ser melhores. E tal como Camões explicou na obra-prima da literatura portuguesa, herói escreve-se na primeira pessoa… do plural.
   No futebol, na política ou na economia continuamos perdidos no nevoeiro em busca do D. Sebastião da nossa perdição. A realização dum povo faz-se do esforço coletivo, da persistência e da ousadia de muitos. Camões não glorificou reis mas referiu-os; não elevou navegadores ou guerreiros, todavia destacou-os; não fez de Vasco da Gama herói, porque queria dizer aos seus contemporâneos e aos vindouros que o verdadeiro herói dum país é o seu povo.
   Talvez o nosso problema coletivo esteja nessa mentalidade pequenina de ego enorme: recusar fazer o imprescindível trabalho do herói anónimo.


Gabriel Vilas Boas