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domingo, 1 de janeiro de 2017

PAZ CERCADA


Nada mais perversamente simbólico do que assinalar o dia mundial da paz com um atentado, vitimando dezenas de pessoas e ferindo quase uma centena. Aconteceu na Turquia, onde no ano de 2016 morreram 180 pessoas, em consequência de atentados terroristas.
Não acho que o mundo esteja perto de viver um terceira guerra mundial, pois isso não convém até aqueles que vivem da guerra e do ódio, mas está perto de entrar na era israelita, que é como quem diz, em alerta permanente, aprendendo a viver com o terror de um ataque irracional e cobarde.

A paz é um bem primordial, pois a partir dela outros se constroem ou consolidam. Não é apenas a ambição desmedida de determinados líderes políticos que ameaça a paz, mas sobretudo um sistema económico internacional que faz crescer as desigualdades a um nível tão elevado que povos inteiros têm de partir para sobreviver.
Como diria Jorge Palma, este é um sistema que “consome e aleija”. Ainda que não mate, degrada e torna-nos bichos intolerantes, incapazes de compreender e defender bens tão consensuais como a paz.
A paz constrói-se nas atitudes do dia-a-dia, mas também nas práticas negociais ou na rejeição de uma política de retaliação.

Importa perceber que a paz não é um consenso generalizado, mas o respeito pela diferença, pelo triunfo do outro, pelo seu diferente modo de viver.
Como fazer a paz com quem a rejeita ou adora “provocar” uma briga? Tal como há a arte da guerra também existe a arte da… paz! Paciência, inteligência, resiliência, coragem, determinação.
Estes princípios podem aplicar-se igualmente à vida pessoal de cada um. A maioria de nós nada decidirá sobre as relações entre os povos, mas tem a possibilidade de interferir no modo como se relaciona com o colega de trabalho, o vizinho ou o irmão. Eles são o “seu mundo”. A paz é um estado de espírito! Cabe a cada um ir cortando a rede de arame farpado que nos cerca perigosamente.

Gabriel Vilas Boas  

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

DIA MUNDIAL DA PAZ


Nasci num país e num continente onde a paz, tal como a liberdade, é um valor pouco considerado, porque sempre o tivemos como adquirido e nunca o perdemos.
Todavia, é inquestionável que a paz é um valor essencial de qualquer sociedade. A partir dele, cada povo pode construir as suas opções de desenvolvimento e cada indivíduo define a sua evolução pessoal.
O facto de não “discutirmos” a Paz é bom e é mau. Bom porque se tornou num dogma de muitas sociedades modernas; mau porque não se discute a sua qualidade e deixou de se lutar pela sua conquista nas zonas o mundo onde ainda é uma miragem.
Eu não gosto deste conceito de paz mínima!



A paz é um valor tão extraordinário que não podemos encolher os ombros quando milhões de pessoas não a abraçam há décadas e há gerações inteiras que jamais sentiram o seu perfume.
A verdadeira paz é muito mais que a ausência de guerra. Os poetas dizem que ela mora num reino chamado “consciência” e acho que é aí que a podemos encontrar no seu estado mais puro.
Se “a nossa paz” habita um condomínio com o mesmo nome, há de ter momentos de verdadeira angústia, porque é impossível haver paz onde existe desigualdade, injustiça, discriminação, falta de oportunidades, usurpação de recursos. Não concebo uma paz dos pequeninos e dos medíocres.
Quero uma paz onde não exista estratificação por género, cor, credo, convicção, mas antes respeito pela diferença. Sei perfeitamente que é uma paz difícil de alcançar, mas não é uma ideia utópica. Algumas sociedades aproximaram-se muito deste conceito de pacifismo.



Alcançar este estádio é uma luta constante que exige muito de cada um e ainda mais dos povos. É preciso reaprender a viver, melhorar o nível de educação, saber ouvir, descer a taxa de arrogância e trabalhar muitíssimo para que muitos outros alcancem aquilo que nós nunca deixámos de ter. Talvez melhorando a qualidade da paz em que nadamos possamos criar o oásis onde outros possam ir matar a sua sede.

Gabriel Vilas Boas