Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta Auto da Barca do Inferno Atualizado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Auto da Barca do Inferno Atualizado. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 17 de março de 2015

TERESA "ALCOVITEIRA" GUILHERME


(Entretanto e ao som de uma música pimba “Pisca- pisca”, entra Teresa “Alcoviteira” Guilherme – todas cheia de colares, bolsa, tacões altos, cabeleira loira, óculos escuros da cabeça e peitos salientes. Dirige-se ao DIABO. Apalpa os cornos e o rabo do Diabo)
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Ai filho, que rabinho tão empinado, que corninho tão duros!
DIABO: (afastando-a) Ó, ó, vamos lá tirar as mãozinhas que eu não sou uma das suas meninas!
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Mas que tinhas jeitinho, tinhas! (e atira-lhe um beijo)
DIABO: Tu eras jeitosa para arranjar namoricos…
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: As moças apareciam lá TVI sem nada para fazer… e eu ficava ficava com pena delas!
DIABO: Vai daí arranjavas alguma coisa para as entreter… (com ar malicioso)
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Sem fazer nada é que as moças não podiam ficar. Primeiro arranjei-lhes um big brother, mas depois elas zangaram-se, sempre com aquela ideia de ter um maior do que a da outra…

DIABO: E tu resolveste apimentar a coisa! Não achas que os teus programas tinham palavrões a mais e qualidade a menos?
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Isso agora não interessa nada! Mudemos de assunto! Que novo programa tens tu para mim?
DIABO: Olha… para ti tem que ser algo chocante, provocante, Que tal “As cinquentas sombras de Grey" no Inferno?”
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Ui, ui… que excitante! E tem chibatas e tudo?
DIABO: Especialmente chibatas! Vais ser uma domadora de leões assanhados…
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: E quem é o macho que vai fazer de Grey?
DIABO: Um homem de peso, claro!
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Quem?
DIABO:O José Carlos Malato!

TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: O quê???? Esse gordo? É que nem pensar! Exijo o Manzarra. O Manzarra é que me convinha!
DIABO:  É a ti e a uma dúzia mais novas que tu. O Manzarra agora não pode. Tornou-se vegetariano. Deixou de comer carne.
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Sem Manzarra não aceito. Vou pregar para outro canal. Pode ser que sejam mais palermas que tu.
(Teresa dirige-se à zona onde está o anjo, ao som de uma musica angelical. Põe o véu e fala com suavidade).
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Minha querida, não queres levar a Teresinha contigo?
ANJO: E por que havia eu de levar para o céu, mulher tão devassa?
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Devassa eu? Estais enganada, anjo meu! Eu sempre fiz coisas mui divinas! Dei de comer a muitas cachopas, coitadinhas, andava necessitadas de apoio matrimonial.
ANJO: Pois… algumas até tinham apoio a mais. Ainda não se tinham despedido dum, logo aparecia outro armário para as segurar.
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Fica sabendo que nunca nenhum se queixou. Ninguém queria sair da minha casa dos segredos. E olha que era cada segredo…
ANJO: Nós sabemos, nós sabemos… aquilo parecia a fina flor do entulho. E depois era cada nome: Agnes, Pitucha, Tita, Fanny…. Por amor de Deus, mais pareciam nomes de cadelas.
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: E olha que algumas… Cala-te boca. Eram umas ladies!
ANJO: Especialmente da parte de fora do édredon. Ehehehe Bem, mas mudemos de assunto! Que queres tu afinal?
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Quero um lugar na televisão celestial.
ANJO: Mas tu achas que temos lugar para gente da tua laia?
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Se acho? Tenho a certeza! Não conheço em toda a televisão, rapariga de 60 anos tão virgem e pura como eu!
ANJO: ahahahah Virgem e pura? Ahahahaha E isso aos sessenta anos? Aahahaha Que doideira.  Dá meia volta e regressa ao canal do pequenino, que é nele que encontras a bolinha vermelhinha.

(Desconsolada, Teresa caminha triste, ao acaso, no palco. Depois volta de novo para o Diabo e diz:)
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Aquela proposta do programa com o Malato ainda está de pé?
DIABO: De pé não diria, porque o Malato cansou-se de esperar e foi-se embora!
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: É pá, que pena! Agora apetecia-me aceitar. Dizem que, depois da operação à barriga, ficou mais magro. Ainda queria ver isso.
DIABO: Pois… mas já não vais viver. O Malato mandou dizer que já não lhe apetecer falecer. Diz que falece prá semana. Mas tenho aqui uma alternativa para ti…
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Ai sim? E quem é?
DIABO: É o Zé Trocas! Aceitou vir para o inferno para voltar a ser número um de qualquer coisa.
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: O Zé está cá! Que felicidade! Nós dois vamos fazer um par maravilhoso.
DIABO: Ele também acha. Assim como assim diz que és melhor que a Merkel e ele está desejoso de voltar a brincar ao quarto escuro.
TERESA “Alcoviteira” GUILHERME: Deixa-te dessas porcarias! Bem sabes que sou uma mulher séria!

DIABO: Séria não, Seríssima! (E dá-lhe uma palmada no rabo quando ela vai a entrar).

GAVB

terça-feira, 3 de março de 2015

VERSÃO MODERNA DO AUTO DA BARCA DO INFERNO - JOSÉ "FIDALGO" SÓCRATES




DIABO: Ó poderoso Sócrates, que coisa é esta? Que vos traz por cá?
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Estava farto da prisão! Achei que era melhor falecer! Pior diabo que o juiz Carlos Alexandre não deve haver!
DIABO: Fizeste bem! Falecer é coisa boa, especialmente numa pessoa do vosso nível!
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Ainda bem que alguém reconhece. Sabes, têm-me tratado mal. Deixei de viajar, de dar entrevistas, de mandar os meus «bitaites» sobre o governo e agora acusaram-me de corrupto. Tudo sem provas! Uns canalhas!
DIABO: Mas como tinhas dinheiro para aqueles luxos em que vivias?

JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Não tinha! Era o meu amigo Zé Carlos que pagava sempre tudo. Somo amigos desde pequenos. Já nessa altura o Zé Carlos recebia de quem me devia!
DIABO: Afinal o dinheiro sempre era teu…
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Não era nada. Era do Carlos. É um amigo do peito e generoso. Quer ver? Olha, até o trouxe comigo! Carlos, anda aqui cumprimentar o Dr. Cornudo.
DIABO: Mau, começamos mal! Cornudo é a mãezinha.
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: A mãezinha não! A minha mãezinha é uma santa. Sempre que havia encrenca, eu telefonava à mãezinha e ela lá assinava mais um papel que me livrava de suspeitas.
CARLOS SANTOS SILVA: Algum problema, chefe? É preciso fazer algum pagamento? Eu trouxe a carteira (e exibe a carteira recheada de notas) e o livre de cheques.
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: (Algo impaciente): Não é nada disso, burro! É só para cumprimentar aqui o senhor… como disse que se chama?
DIABO: Não disse!


JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Também não importa. O que importa é que queria apresentar-lhe o meu amigo Carlos, que me acompanha para todo o lugar que é preciso.
CARLOS SANTOS SILVA: É verdade, senhor. Só não vou atrás do Sócrates para a casa de banho.   
DIABO: Olhe que daqui a pouco também se vai pagar para fazer chichi! Com o governo do Passos só não se paga se roubar, subornar, aldrabar!
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: É por isso que eu não entendo porque fui preso! Fiz tudo como o Paulo Portas, mas enquanto ele passeia de submarino eu passeio no pátio da prisão.
DIABO: Deixa lá Zé, agora estás aqui! E boa companhia não te vai faltar! Temos ali o Duarte Lima e logo à noite chega mais alguém que tu conheces…
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Adoro surpresas! Se for a Teresa Guilherme ainda vamos brincar ao quarto escuro!
DIABO: Tu vais é brincar ao José Ratão que caiu no Caldeirão. Anda cá que o teu lugar é no inferno.
(foge para o outro lado da sala/palco)


JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Mas tu estás doido? Eu só vim ver a bola. Tu cheiras mal! E eu vou para outro tribunal que tu és do PSD e só me queres mal. Carlos traz o banco que vamos recorrer para o Tribunal desta menina que tem cara de anjinha!
CARLOS SANTOS SILVA: O banco, chefe?! Mas o BES foi à falência e agora já ninguém nos empresta dinheiro.
JOSÉ “FILDALGO”SÓCRATES: Não é desse banco que estava a falar, seu estúpido. É do banco onde estás sentado. Leva o banco para junto daquela menina vestida de banco e espera lá por mim, que antes desse encontro tão importante quero fazer a minha corridinha diária.
(José Sócrates tira o casaco e corre um pouco à volta do palco. Faz algumas flexões. Depois cheira a axilas – que cheiram mal – perfumar-se, penteia o cabelo e dirige-se todo sorridente para junto do anjo)
 ANJO: Que me queres homem presumido?
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Presumido, eu??? Bonito, queres tu dizer! Fica sabendo que fui eleito o segundo mais bonito primeiro-ministro da Europa.

ANJO: E o primeiro mais corrupto!
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Que corrupto! Eu não tenho nada de meu! Aliás toda a gente sabe que vivo da caridade aqui do meu amigo Carlos! Não é Carlinhos?
CARLOS SANTOS SILVA: (distraído)… falsidade? Não há falsidade nenhuma, menina. O Zé é um anjo!
ANJO: Um bom anjinho saíste-me tu, seu nabo! Vamos ao que importa: não há lugar aqui para ti!
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Não me diga uma coisa dessas, menina! Eu estou farto da comida da prisão, eu estou farto dos jornalistas e detesto gente com cornos.
ANJO: Pois… não sei que te faça: Olha pede ajuda à tua mãezinha… ehehehe… Mas agora desampara-me a loja.


JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: És uma ingrata. Não reconheces tudo quanto fiz pelo meu país: meses e meses a enganar a gorda da Merkel para nada.
ANJO: A enganar a Merkel e a afundar o país. Desaparece-me da vista, seu vigarista!
(Cabisbaixo, José Sócrates chora no ombro do amigo. Abraçam-se e ambos caminham em direção ao DIABO)
DIABO: Sócrinho, Sócrinho, não chores, não chores… anda cá ao tiozinho!
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Não me apetece, estuporzinho! Vou voltar ao meu mundinho, e pedir ajuda ao meu padrinho!
DIABO: Ao teu padrinho? Ahahah! A quem? Ao velho gagá Mário Só Ares? Deixa-te disso, morreu ontem! Já vem a caminho! 
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Isso não foi porreiro, pá! Carlos, ainda temos dinheiro para subornar o cornudo?
CARLOS SANTOS SILVA: Gastamos quase tudo em Paris! Agora só temos ações do BES!
DIABO: Isso não vale nada, ó gordo. Zé, desiste. Aqui deixas de ser o 44 e passas novamente a n.º1
JOSÉ “FIDALGO” SÓCRATES: Volto ao governo? Volta a mandar? Porreiro, pá. Aceito!

(Dá um abraço ao diabo, empurra o amigo para dentro e entra contente).

GAVB