Os óculos são dos poucos inventos produzidos durante a Idade Média. Das suas origens pouco se sabe, muito menos quem foi o seu inventor. Certezas, e relativas mesmo assim, só quanto à data: terá sido por volta do século XIII, algures na europa. Possivelmente, terá sido um invento anónimo, fruto da necessidade, desenvolvido e aperfeiçoado, depois, por várias pessoas.
Eis alguns factos que ajudam a clarificar a história deste invento extraordinário.
Um dos primeiros nomes nomes apontados é do frade inglês Roger Bacon, que teria delineado os princípios para a fabricação de lentes, na sua Opus Majus (cerca de 1266). Contudo, não existe qualquer prova que Bacon tenha posto as suas teorias em prática.
A pista seguinte vem de um sermão pregado em Florença por Giordano da Rivalto, um frade de Pisa, em 1305, em que refere que a arte de fazer óculos não teria mais de vinte anos. No mesmo ano, no livro Lilium Medicina, Bernard de Gordon faz referência a uma loção que permitiria aos idosos ler sem ter que usar óculos. Uma outra crónica refere o nome de Alessandro Della Spina, um frade dominicano de Pisa, que morreu em 1313, que teria aprendido a arte de fabricar lentes de outra pessoa, que não se menciona. Regista-se ainda o nome de Guy de Chauliac: na obra La Grand Chirurgie, refere-se o uso de óculos para casos em que a aplicação de uma loção se revele insuficiente. Isto é em 1363.
Na literatura aponta-se o nome de Franco Saccheti, que numa obra de ficção, de 1358, põe uma personagem a usar óculos.
Em suma, as certezas são poucas e as dúvidas são muitas. Certo é que os óculos são uma invenção anónima, possivelmente do século XII ou XIII, usados, e possivelmente inventados, em ambiente monástico, o que não admira, pois eram os conventos os grandes centros difusores da cultura na Idade Média.
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