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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

OS FUNDOS EUROPEUS AINDA NÃO CHEGARAM MAS A CALDEIRADA JÁ ESTÁ EM PREPARAÇÃO

 Daqui a alguns meses a União Europeia fará chover diariamente milhões de euros sobre o governo português, para recompor a economia, por causa da pandemia. 

Enquanto o presidente Marcelo coage a oposição, impedindo-a, indecorosamente, de regatear umas migalhas para as suas reivindicações costumeiras (o que custaria muito pouco ao governo do Partido Socialista) o governo  prepara o terreno para usar o dinheiro dos fundos europeus sem grande escrutínio. 

Mal soube que os milhões de Bruxelas entrariam durante 2021, o governo português propôs à assembleia da república a alteração das leis que regem a contratação públicas. «Agilizar processos», na linguagem do governo, significa menos vigilância do Tribunal de Contas.

Nos últimos dias o presidente do Tribunal de Contas disse que o a lei, como está a ser desenhada, abre as portas à corrupção. O primeiro-ministro respondeu com a dureza de um ditador: Vítor Caldeira, presidente do Tribunal de Contas, não será reconduzido. 

Costa não rebateu as críticas nem demonstrou que as alterações propostas à legislação da contratação pública impediam a corrupção. Não, António Costa mandou embora o presidente do Tribunal de Contas. Não foi um qualquer funcionário, foi o presidente do TC. E o que diz Marcelo a isto? NADA! Diz que não quer crise política! O que ele não quer é democracia, nem escrutínio público e legal daquilo que o governo faz ou se prepara para fazer, usando leis aprovadas sob coação presidencial.

Da oposição já espero pouco, pois fica contentinha com as denúncias estilo facebook, mas de Marcelo esperava mais. Uma enorme desilusão. Cada vez parecido com o ex-amigo de Ricardo Salgado do que com o presidente dos portugueses, que todos os dias veem adiado a concretização de uma país mais desenvolvido, onde haja oportunidades para todos. 

Por mais milhões que chovam da Europa continuamos a ser um país do chico espertismo, onde pouca gente investe seriamente. É por isso que a cada ano que passa mais países nos passam a perna. Holanda, Bélgica, República Checa entre outros, também já tiveram os seus problemas nos últimos cinquenta anos, mas venceram-nos e hoje está bem à frente de Portugal. 

É que quando lhes deram dinheiro, eles não perderam tempo a criar leis para os desviar para os amigos de sempre, mas concentravam esforço em ter projetos sustentados para desenvolver o país. Os resultados estão à vista.

Se hoje chegasse a Portugal um velhote com setenta anos e procurasse ver onde estão milhões que a UE mandou para cá nos últimos trinta anos, os homens de Soares e Cavaco teriam muito pouco para mostrar.   

Se é para continuar o legado de Sócrates, Salgado e Oliveira e Costa não é necessário enviar mais milhões. Mais triste do que não ter oportunidades é desperdiçar gerações por causa de sucessivas corrupções. 

P.S. Quando é que Ana Gomes sai do PS? De que vale ser contra os corruptos se foi eurodeputada de Sócrates e é candidata presidencial do PS de Costa?

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