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domingo, 24 de julho de 2016

O SOLO SAGRADO DE MONTJUIC


O parc de Montjuic, em Barcelona, é um dos mais belos e narrativos da península ibérica. Além do imponente castelo, no seu topo, de onde se tem uma vista assombrosa sobre a cosmopolita Barcelona, há um sem número de atrações que nos prendem um dia completo ao parque onde a cultura se alia à natureza e ao desporto.
Desde de 1992, Montjuic é território sagrado dos desportistas de todo o mundo, pois lá  se concentrou a maioria das competições dos Jogos Olímpicos de Barcelona.



Depois de admirar a cidade do altaneiro castelo, fiz o percurso a pé até à Fundação Joan Miró. Chega gente de todo o lado para ver os seus quadros surrealistas abstractos.

Prossegui a viagem até ao Museu Olímpico e do Desporto onde foi recebido pela estátua do arqueiro que acendeu a pira olímpica dos Jogos de Barcelona. Entre o museu e o estádio olímpico de Montjuic fui calcorreando o passeio da fama, onde deixaram a sua pegada Miguel Indurian, Michael Jordan  ou Nádia Comanesi. Depois de visitar o estádio, dei uma olhadela ao palau Santa Jordi, onde jogou o melhor dream team da história do basquetebol: Michael Jordan, Magic Jonshon, Léry Bird, Pipen...


Bom, o melhor foi deixar as saudades desses jogadores para trás e descer até ao Palau da Catalunha, hoje Museu Nacional de Arte da Catalunha. Que monstruosidade arquitectónica, que magníficas obras que guarda, que belas vistas sobre a Fonte Mágica  e a Praça de Espanha permite.









Um final de tarde sublime, que fez esquecer o cansaço e desejar voltar rapidamente.




domingo, 1 de novembro de 2015

TERRAMOTO DE LISBOA, 1755


No dia 1 de novembro de 1755, nem todos os santos impediram a natureza de dar uns fortes abanões na cidade de Lisboa. Tão fortes que os mortos e a destruição que causou ficaram para a História de Portugal. Duzentos e sessenta anos depois convém lembrar que este planeta que habitamos não é só nosso, como muito de vez em quando nos faz questão de lembrar a força bruta da Terra.
O Grande Terramoto de Lisboa causou a morte a cem mil pessoas e devastou a capital portuguesa desfigurando-lhe a face. Os efeitos do tsunmami lisboeta fizeram sentir-se em Inglaterra, estimando-se mais tarde que terá atingido o grau nove na escala de Richter. 

O terramoto também gerou ondas de choque filosóficas, como se as outras não fossem suficientes… Teólogos e padres esforçavam-se por conciliar a destruição de Lisboa com a noção de divindade benevolente. Ainda por cima o convento da Trindade tinha ficado de rastos e o do Carmo em ruínas! Talvez não fosse má ideia iniciar os crentes na noção de livre arbítrio, mas devem ter-se esquecido...
No seu romance “Candide”, 1759, que contém numerosas referências ao terramoto, Voltaire (que também escreveu o “Poema sobre o desastre de Lisboa”) satiriza o otimismo filosófico do pensador alemão Gottfried Leibniz que sustentava que o “melhor de todos os mundos possíveis” era o nosso porque foi criado por um deus omnipotente e omnipresente.

Quem não esteve para filosofias foi o Marquês do Pombal, que mandou enterrar os mortos e cuidar dos vivos e aproveitou os escombros da Baixa lisboeta para alargar as ruas, abrir avenidas e dar à capital portuguesa uma dimensão arquitetónica bem mais moderna de que ainda hoje usufrui.
Não devia ser preciso ocorreram grandes desgraças para tomarmos as decisões estruturantes das nossas vidas, todavia são elas (as tragédias naturais) que criam o inevitável, afastam a indecisão e o medo e calam as polémicas. Também nos lembram que a paciência da Natureza tem limites.

Gabriel Vilas Boas