Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta Gabão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gabão. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

SINAIS DA HISTÓRIA


A três de agosto de 1936, o afroamericano Jesse Owens irritava o ditador nazi Adolf Hitler ao vencer a corrida dos 100 metros nos Jogos Olímpicos de Berlim, destronando a ridícula teoria da superioridade física dos arianos. Hitler não percebeu o sinal da História e submeteu o mundo a uma ignominiosa Segunda Guerra Mundial.

Trinta e dois anos mais tarde, o velho ditador português, Oliveira Salazar, caiu literalmente da cadeira e bateu com a cabeça no solo, sofrendo lesões cerebrais irreversíveis que o atiraram para a morte política durante dois anos, até que Deus teve misericórdia dele e do seu povo e o levou definitivamente. Estava mais do que na hora de mudar o rumo da História de Portugal, mas o inverno do nosso descontentamento perdurou mais seis inúteis anos.
É preciso entender os sinais da História, que muitas vezes se farta da inoperância dos seus agentes e liberta sinais claros de que está na altura de mudar.

Acabo de ler que o astro do futebol mundial, Lionel Messi, é acusado pela Human Rights Foundation de promover o regime corrupto do Gabão. Ao aceitar o convite pago (ao que consta, mais de três milhões de euros) do ditador gabonês para promover o Campeonato das Nações Africanas de 2017, Messi envergonhou o seu estatuto de embaixador da UNICEF e emprestou a sua imagem a um político corrupto que não respeita os direitos humanos.
A crítica do presidente da Human Rights Foundation é também um sinal do Tempo e da História. A grande peste dos tempos modernos é a corrupção. É ela que sustenta de forma maquilhada os governos do 1.º mundo e de forma abrutalhada as ditaduras africanas.
Está mais do que na altura de inverter o rumo da História. Se não formos capazes de implementar regimes políticos que respeitem integralmente todo o ser humano, independentemente do seu estatuto social ou cor, a História encarregar-se-á, mais uma vez, de nos infligir mais uma severa lição. Qual a fórmula que usará? Desconheço, mas estou convicto que essa reprimenda não tardará muito.

Gabriel Vilas Boas