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sexta-feira, 31 de julho de 2015

CAETANO VELOSO & GILBERTO GIL – UMA ESPÉCIE DE IDENTIDADE


Se algum distraído, porventura, perguntar “O que é que estes baianos têm?”, a resposta é muito fácil: são excelentes músicos, magníficos poetas, ilustres representantes da música popular brasileira e bons amigos.
Nasceram ambos na Baia, quase ao mesmo tempo, há 73 anos, mas só em 1964 se conheceram, para nunca mais se separarem. Quatro anos depois desse feliz encontro patrocinado por Roberto Santana, haveriam de participar num projeto musical – Tropicalia ou Panis et Circencis – que lhes mudou a vida, pois a ditadura militar não gostou da música nem da letra e obrigou-os a exilaram-se na europa fria e distante. No dia em que o Homem chegava à Lua, Caetano e Gil tocavam junto para angariar dinheiro para o longo inverno longe da pátria.
Na fria e aristocrática Londres, Caetano haveria de sentir problemas de adaptação, mas a amizade de Gilberto Gil impediria que o autor de “Leãozinho” ou “Sozinho” deixasse a música, nem que para isso tivesse de recorrer a argumentos extremos.
Juntos ou em separado, Caetano Veloso e Gilberto Gil construíram uma carreira com mais de cinquenta anos, onde não faltam êxitos e experiências riquíssimas, como a de Ministro da Cultura do Brasil, abraçada por Gilberto Gil até há pouco tempo.

Felizmente, o italiano Ettore Caretta teve a ideia de desafiar estes dois amigos nascidos na Baía a fazerem uma tournée conjunta pela europa. Caetano estava exausto da sua “Abraçaço” e queria férias, Gilberto Gil andava numa roda-viva com o sucesso da sua “Gilbertos Samba”, mas um convite como o de Caretta era irresistível, irrecusável, adorável. Por isso são eles que hoje fecham o melhor Edpcooljazz de que há memória, no lindo Parque dos Poetas, em Oeiras.

São duas dezenas de temas lindos, icónicos, sonoramente deliciosos. Eles costumam começar pelo simbólico “Back in Baia” e depois seguem pela carreira de ambos a dentro, revisitando temas como Desde que o Samba é Samba, Avisa Lá, Tropicália, Expresso 2222, Sampa, Leãozinho… Dezenas de minutos de prazer musical, onde duas vozes ternas nos cantam belas histórias com a ajuda de dois violões. É o sonho de uma noite de verão!
Gabriel Vilas Boas

quinta-feira, 30 de julho de 2015

HELLO, LIONEL RICHIE


Yes, it is you I´m looking for. Felizmente foi possível trazê-lo a Portugal para um concerto único e derradeiro.
O ex-saxofonista dos Commodores está entre nós para recordar grandes êxitos duma carreira longa cujo epicentro se situa nos anos 80.
Quando, no início dessa década gloriosa da música norte-americana, Lionel Richie gravou, com Diana Ross, Endless Love, percebeu que, talvez, fosse bom tentar fazer carreira a solo.
Os anos seguintes confirmaram o talento de um cantor romântico que vendia milhões de discos com a facilidade com que se diz Hello ou Say you Say me, canção que serviu de banda sonora do filme “O Sol da Meia-Noite” e arrebatou um Óscar da Academia, em Hollywood.
Stuck on you consagra Mr. Richie como um mestre das baladas românticas, que soube trazer para a Américas dos Yankees a sensualidade latina.
Os seus principais êxitos musicais estão cheios desse perfume aveludado do soft rock, onde se cruzaram influências de jazz, country e pop.
A grande empatia que conseguiu com o público não vinha só das belas canções, que criava, mas também das causas humanitárias que abraçou. No auge do êxito pessoal esteve na génese do mítico “We are the world”, que pretendia arrecadar fundos para ajudar as famílias vítimas da fome em África. Há menos de dez anos foi decisivo para a libertação de Dallas Austin, nos Emirados Árabes Unidos, ao testemunhar sobre o seu bom carácter junto do embaixador daquele país nos EUA. Ao mesmo tempo envolveu-se na luta contra a Sida e o Cancro da Mama dando visibilidade à luta de todos aqueles que sofrem, ajudando a angariar fundos.
Esta noite, Lionel Richie talvez comece por dizer Hello. Cabe ao público português terminar com um mais que merecido Thank you!
Gabriel Vilas Boas