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terça-feira, 22 de outubro de 2019

O PROFESSOR LEVA TANTAS E TANTO QUE ATÉ DÓI SÓ DE VER

Detesto o discurso do «coitadinho», da auto-comiseração, do triste fado do professor português, mas os acontecimentos dos últimos dias, geraram em mim, como em grande parte da classe docente, um forte sentimento de revolta e indignação. 


Num momento em que por todo o país faltam professores e funcionários de ação educativa ao mesmo tempo que sobe em flecha os casos de indisciplina e violência em recintos escolares, um professor é exonerado, detido e julgado sumariamente porque agrediu um aluno na sala de aula.

Tendo em conta os relatos, é muito provável que o professor tenha agredido efetivamente o aluno e por isso deva ser justamente afastado da docência e punido nos termos da lei. Sobre isso nenhum dúvida, nenhuma defesa a fazer do professor.

Sobre o show off do Ministério da Educação, das Associações de Pais, da Polícia, tudo a dizer, tamanha é a hipocrisia, o parcialidade de atuações e comentários, a lata com que vomitam desprezo por uma classe a quem devem muito.

Aluno bate em aluno, bate em auxiliar, bate em professor - nem a polícia aparece, nem a associação de pais reúne e emite comunicados, nem a direção da escola suspende de imediato o aluno e faz participação criminal e civil, nem o ministério da educação se indigna, apoia ou atua sobre os criminosos que, quase diariamente, ameaçam, coagem e agridem quem entra numa escola para ensinar, auxiliar ou simplesmente aprender. 

Numa semana em que os alunos portugueses admitem práticas violentas sobre colegas e professores, em percentagens alarmantes, não ouvirmos uma palavra do inócuo Brandão Rodrigues, não lemos uma entrevista do vaidoso Filinto Lima, nem foi emitido comunicado algum das atentíssimas associações de pais, não deixa de ser hilariante e revoltante que um professor assuma o papel de bode expiatório.

Os professores precisam de perceber, de uma vez por todas, que não lidam com pessoas intelectualmente honestas, mas apenas com gente egoísta, hipócrita e que distorce a realidade sem contemplações.
Não vale a pena continuar a pregar no deserto! Vale a pena, talvez, é adotarmos, de vez, o catecismo da modernidade.