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sábado, 9 de novembro de 2019

UMA SOLIDARIEDADE COVARDE, INDIGNA E VERGONHOSA

«Os autores das bárbaras agressões estão aqui nesta sala, disso não tenho dúvidas. Só não sei é quem foram ou se foram todos, porque ninguém os conseguiu identificar. Mas toda a gente sabe que vocês sabem quem foi que fez aquilo

«Com que sentido de justiça declaram que não sabiam, que não viram. Como permitem que se faça isto, que se fechem no corporativismo?»

Foi com estas sentidas palavras, próprias de um homem bom e justo, que sabe que não conseguiu fazer justiça, que o juiz do Tribunal de Guimarães acabou por absolver onze efetivos do Corpo de Intervenção da PSP, acusados de agredir e cegar um adepto do Boavista em outubro de 2014. 

Na sua sentença de absolvição jurídica, o juiz do Tribunal de Guimarães deixou naquele corpo de elite da PSP uma marca de culpa, vergonha, indignidade e covardia que jamais aqueles homens conseguirão apagar. 

Aproveitando as deficiência da lei, que absolve o agressor quando não os consegue identificar, preferindo deixar de encarcerar um criminoso a condenar à prisão um inocente, estes agentes fizeram um pacto de silêncio e saíram do tribunal sem a pena que deviam.

Num tempo tão voraz e pobre de memória como aquele que vivemos é certo que, em poucos meses, esta indignidade vergonhosa será enterrada no enorme buraco negro do esquecimento coletivo, a não ser que haja um juiz superior que inverta a lógica da justiça ou alguém dentro do comando da PSP que resolva repor a honra da corporação e do Corpo de Intervenção. 
Nãao é possível devolver a visão àquele infeliz adepto de futebol, não é possível pagar-lhe uma indemnização devida, mas é possível afastar esta gente do serviço público, pois eles não são dignos de representar o Estado português. Eles usam as mesmas estratégias dos criminosos, de gente sem honra, dignidade ou vergonha na cara. O Estado português não pode ser isto! 
Caso a situação se mantenha nesta covarde atitude, sujará para sempre todos os superiores hierárquicos desta gente pequenina que há dias se sentou no banco dos réus, numa Tribunal de Guimarães. 

O Presidente da República de Portugal gosta imenso de exercer a sua magistratura de influência, mas isso implica também fazer cara feia a quem manda na PSP, obrigando-os a exercer as sua funções com ética, responsabilidade e honra.
Gabriel Vilas Boas   

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