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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

REI LEAR, de Shakespeare

 Shakespeare escreveu esta tragédia por volta de 1606, mas só a publicou dois anos mais tarde. As suas fontes de inspiração foram a tragédia “Verdadeira História do Rei Lear E Das Suas três Filhas”, de autor desconhecido e “Crónica” de Holinshed.


O argumento é simples e sobejamente conhecido: o rei Lear, já velho e desejoso de descansar, decide dividir o reino entre as suas três filhas (Regan, Goneril, Cordélia), mas antes quer convencer-se dos sentimentos delas em relação a ele. As duas primeiras, hipocritamente, fingem dedicar ao progenitor um amor ardente; mas a mais nova, embora seja a única que verdadeiramente ama o pai, não consegue exprimir-se da maneira artificiosa e bonita como as suas sabidas irmãs mais velhas. Cordélia só consegue dizer ao pai que o ama muito, o que para Lear parece pouco. O monarca, pensando que Cordélia não tem por ele qualquer tipo de afeto, amaldiçoa-a e expulsa-a do palácio. É o rei de França que a acolhe e protege.

Paralelamente, o conde de Gloucester, por sua vez, enganado pelo seu filho bastardo, o hipócrita Edmundo, declara-se contra o filho legítimo, Edgar, que vai refugiar-se num bosque para escapar à injustificada cólera paterna.

Já o rei Lear, vexado e ridicularizado pelas suas duas filhas mais velhas, nos palácios destas, endoidece e vagueia em plena tempestade, sem outra companhia que não seja a do seu jogral. É então que o conde de Gloucester se compadece de Lear e procura ajudar o seu rei, mas o seu próprio filho Edmundo entrega-o ao ódio de Regan e do marido desta, que lhe arrancam os olhos e o deixam abandonado. Seu outro filho, Edgar, sai-lhe ao encontro e, fingindo ser um pobre demente, serve-lhe de guia. 
Edmundo é desejado por Goneril e Regan. Depois de morrer o marido da segunda, esta deseja casar-se com Edmundo, despertando assim os ciúmes da sua irmã e rival.

Cordélia, ao saber da situação de seu pai, acorre com as tropas francesas, com o objetivo de recolocar o pai no trono e dar-lhe assim algum consolo. Unidas contra ela, Regan e Goneril e o exército destas aprisionam o rei Lear e Cordélia e esta, por instigação de Edmundo é estrangulada. Não podendo suportar a sua dor ao ver a filha morta, o rei Lear morre sobre o corpo de Codélia.
 Entretanto as infâmias de Edmundo são descobertas e, num duelo, o vilão é mortalmente ferido por Edgar. Antes de morrer, Edmundo confessa ter dado origem a que matassem o rei Lear e Cordélia. Ao ouvir isto, Edgar corre em socorro do velho rei e da filha, mas inutilmente.
Goneril envenena a irmã, mas acaba por morrer também apunhalada. A partir de então, só ficam para restabelecer a ordem no rei, o marido de Goneril, o duque da Albânia, que sempre quis bem ao rei Lear; Kent (um dos mais leais servidores do rei Lear) e Edgar.

O Rei Lear é um das tragédias mais sublimes da literatura mundial. Lê-la, relê-la é um prazer para qualquer espírito, no entanto, só nos apercebemos de toda a sua complexidade e tragicidade quando a vemos em palco, representado por atores de craveira. É isst que espera ver ainda este ano, quando passam 400 anos sobre a morte do melhor dramaturgo de todos os tempos. Já vai sendo hora...

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