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domingo, 21 de dezembro de 2014

EXPOSIÇÃO "HISTÓRIA PARTILHADA - TESOUROS DOS PALÁCIOS REAIS DE ESPANHA"



Hoje estive na Fundação Calouste de Gulbenkian para ver uma magnífica exposição: TESOUROS DOS PALÁCIOS REAIS DE ESPANHA.
Depois da extraordinária exposição sobre os pintores do Norte e outra sobre os Sabóias, ambas no Museu Nacional de Arte Antiga, esta mostra de arte fecha, com chave de ouro, uma trilogia de grandes exposições que estiveram por Lisboa durante 2014.
Esta exposição resulta da colaboração da Fundação Gulbenkian com a Património Nacional de Espanha, que preserva, salvaguarda e divulga os bens que pertencem à Coroa Espanhola.
A exposição demostra a atenção que a monarquia espanhola dedicou à arte do seu tempo, especialmente através do mecenato, assim como à arte do passado através dum colecionismo esclarecido.


As obras expostas documentam diferentes formas de transmissão da monarquia, enquanto instrumento ideológico de poder ou apenas como reflexo dos gostos e vivências e ocupações da família real.
A exposição dos TESOUROS DOS PALÁCIOS REAIS DE ESPANHA privilegia os acontecimentos da história de Espanha que foram partilhados com Portugal ao longo de 350 anos. Através de 141 obras de arte, estabelece-se um percurso que vai desde Isabel a Católica (casou com D. Fernando II) até Isabel de Bragança, rainha de Espanha por casamento com Fernando VII, a quem de deve a fundação do Museu do Prado.


Comecei por admirar o pequeno quadro da austera Isabel, a católica, mas o que me chamou inicialmente atenção foram os manuscritos sobre pergaminho das Cantigas de Santa Maria, de Afonso X, datados do século XIII.
A primeira sala estava cheia de quadros enormes, onde se cruzam belíssimos retratos dos vários reis espanhóis, como enormes obras de arte em forma de tapeçaria, e algumas peças de escultura. Além dos retratos, as pinturas também retratavam a imponência e a beleza dos palácios reais da coroa espanhola.   


Ficou-me na memória um óleo sobre tela de Michel-Ange Houasse que retrata uma vista do Palácio e Monte de El Pardo. Ainda no domínio das telas, a famosa “Salomé com cabeça de São João Batista” de Caravaggio impressiona pela realismo e pelo contrate entre luz e sombra. Também me despertou atenção obras de El Greco, Tinttoreto, Velasquez, Rubens e as armaduras do imperador Carlos V, que havia de formatar a imagem deste monarca espanhola para a posteridade.

Ver esta magnífica exposição é algo que se deve fazer devagar, se possível aproveitando uma das duas visitas guiadas que existem quatro vezes por semana. Ao fim de duas horas, os nossos olhos e o nosso espírito estarão cheios dum prazer que só a arte pode proporcionar.

Gabriel Vilas Boas

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